sexta-feira, 19 de abril de 2013
"Porque eu já
não tenho tempo pra coisas pequenas, pra gente sem luz, pra essas coisas que
atrapalham o riso. Minha pressa é de viver o que realmente importa. E só me
importa o que me faz bem.Minha urgência é de sorrisos, afetos, delicadezas. Minha
necessidade é de gente que traga paz, de coisas que brilhem, de
amores-que-nunca-morrem.
Vivo pra
fazer ser doce.
E que seja,
então!"
Monalisa Macêdo
O filósofo Kierkegaard me ensinou que cultura é o caminho que o homem percorre
para se conhecer.
Sócrates fez o seu caminho de cultura e ao fim falou que só
sabia que não sabia de nada.
Não tinha as certezas científicas. Mas que
aprendera coisas di-menor com a natureza.
Aprendeu que as folhas das árvores
servem para nos ensinar a cair sem alardes.
Disse que fosse ele caracol
vegetado sobre pedras, ele iria gostar.
Iria certamente aprender o idioma que
as rãs falam com as águas e ia conversar com as rãs.
E gostasse mais de
ensinar que a exuberância maior está nos insetos do que nas paisagens.
Seu
rosto tinha um lado de ave.
Por isso ele podia conhecer todos os pássaros do
mundo pelo coração de seus cantos.
Estudara nos livros demais.
Porém
aprendia melhor no ver, no ouvir, no pegar, no provar e no cheirar.
Chegou
por vezes de alcançar o sotaque das origens.
Se admirava de como um grilo
sozinho, um só pequeno grilo, podia desmontar os silêncios de uma noite!
Eu
vivi antigamente com Sócrates, Platão, Aristóteles – esse pessoal.
Eles
falavam nas aulas: Quem se aproxima das origens se renova.
Píndaro falava pra
mim que usava todos os fósseis linguísticos que achava para renovar sua
poesia.
Os mestres pregavam que o fascínio poético vem das raízes da
fala.
Sócrates falava que as expressões mais eróticas são donzelas.
E que
a Beleza se explica melhor por não haver razão nenhuma nela.
O que mais eu
sei sobre Sócrates é que ele viveu uma ascese de mosca.
(Manoel de Barros,
in: “Memórias Inventadas – As Infâncias")
quinta-feira, 18 de abril de 2013
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Amar você é
coisa de minutos...
Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui
(Paulo Leminski)
terça-feira, 16 de abril de 2013
Ter vindo direto do céu
Vindo direto de Deus pra nós
Tem pessoas que são feitas de amor
Têm o dom de acalmar a nossa dor
Têm o dom de encontrar
O jeitinho ideal pra falar
O que a gente precisa
Ouvir pra mudar
E fazem da Terra
Um lugar bem melhor
Fazem que a gente
Jamais se sinta só
(Ludmila Ferber)
Assinar:
Postagens (Atom)